
A saúde pública está em debate quando o assunto é o meio ambiente. O ar, água, solo e os seres, sejam eles vivos ou não, são os quatro elementos fundamentais da natureza. Ambos dependem da preservação para garantir a sua permanência. Nesta sexta-feira, 5, é o dia dedicado exclusivamente à educação ambiental, a importância da conscientização e da construção de novos hábitos referentes ao cuidado com os recursos naturais, que embora não pareçam, são limitados.
Avaliando o contexto da região Sul e considerando as áreas de poluição, industrialização e de caça e pesca, o desmatamento é o dano ambiental mais urgente a ser combatido por ser considerado muitas vezes como irreversível. “Às vezes o desmatamento é feito para outro uso do solo, o que vai dificultar muito depois uma eventual recuperação da área, sem contar a perda de espécies, algumas que estão ameaçadas de extinção. Qualquer infração contra a flora afeta automaticamente a fauna”, ressalta o 2° sargento da Polícia Ambiental de Maracajá, Gibran Rezende Grech.
Com a eliminação da flora, considerando a cobertura vegetal nativa, a capacidade do meio ambiente de neutralizar a poluição também fica seriamente ameaçada. “Então além do impacto direto contra a flora, ela também elimina a fauna e gera uma ameaça contra a saúde pública”, acrescenta o sargento.
Bioma Mata Atlântica: só 10% da cobertura original
A Polícia Militar Ambiental de Maracajá, responsável por fiscalizar e combater o índice de desmatamento de 25 municípios da região Sul, possui 483.220 m2 de área embargada, dividida em três unidades de conservação. São elas: o Parque Nacional da Serra Geral, o Parque Nacional dos Aparados da Serra e a Reserva Biológica Estadual do Aguaí.
“Nas unidades de conservação, de forma geral, não temos desmatamentos, até mesmo pela dificuldade de acesso geográfico, elas já estão meio que geograficamente protegidas em relação aos desmatamentos. Na nossa região, o maior perigo é onde não tem essas unidades de conservação, que é onde temos maiores ocorrências”, acrescenta o sargento.
Toda a área do Estado de Santa Catarina está incorporada no bioma Mata Atlântica. “Esse é um dos biomas mais agredidos do Brasil. Hoje, no geral, temos menos de 10% de cobertura original. Esse bioma se compõe de vários ecossistemas, na nossa região temos dois, as florestas em si, as vegetações nativas, e outras formas de florestas como as de matas de araucárias que ficam no topo da Serra”, comenta o sargento.
Denúncias ajudam na fiscalização
Somente neste ano, considerando os meses de janeiro a início de junho, o total de áreas embargadas por infração à flora foi de 8,13 hectares, resultando em 12 fiscalizações que geraram autuações até este momento. As vistorias realizadas pela Polícia Ambiental são demandas oriundas de denúncias do 190, ouvidoria, Ministérios Público Federal e Estadual e outros formas de comunicação.
Desmatamentos no país
Segundo dados do MapBiomas Alerta, sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento, degradação e regeneração de vegetação nativa, em 2019, 60% da área que mais foi desmatada está na Amazônia, com 770 mil hectares devastados. O segundo bioma em que mais houve perda foi o Cerrado, 408,6 mil hectares. Bem atrás estão: Pantanal (16,5 mil ha), Caatinga (12,1 mil ha), Mata Atlântica (10,6 mil ha) e Pampa (642 ha).
Em 2019, os estados com mais eventos foram: Pará (18,5 mil), Acre (9,3 mil), Amazonas (7 mil), Rondônia (5,3 mil) e Mato Grosso (4,7 mil). Em área desmatada, o topo da lista é ocupado por: Pará (299 mil ha), Mato Grosso (202 mil ha) e Amazonas (126 mil ha).
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