Memória de um dos primeiros moradores

José Luciano da Silva chegou a Forquilhinha há 80 anos. Na localidade, ficou conhecido como Zé Queijeiro. O apelido recebeu aos 18 anos, quando deixou Araranguá para viver em Forquilhinha e acabou se tornando o responsável pela primeira queijaria. “O seu Gabriel Arns conhecia um alemão da Barra do Rio Araranguá, o Guilherme Hahn, que pediu para o meu pai um rapaz para levar as compras de Araranguá para Criciúma. Foi aí que acabei indo para a queijaria. Eu era o chefe com 18 anos. Fui o primeiro brasileiro a chegar a Forquilhinha, pois só havia alemães. Era só roça e mato. Onde hoje é a cidade, era um banhado”, recorda o morador, que completará 98 anos em três meses.
Dos habitantes de Forquilhinha naquela época, muitos eram padres alemães. “O seu Gabriel disse para um dos padres que queria colocar uma queijaria. A dúvida era saber quem seria o queijeiro. Trouxeram um rapaz de Berlim (Alemanha), que era técnico em laticínios. Ele ficou um tempo aqui, mas nem chegou a fazer queijo. Foi embora provavelmente por que Forquilhinha só tinha mato”, conta.

Negócios ampliados

Zé Queijeiro ficou 25 anos na profissão. Ele recorda que em muitos dias, enquanto mexia o leite no tacho, figuras como Gabriel Arns e Adolfo Back ficavam ao redor, conversando em alemão. “Quando notaram que eu sabia fazer queijo prato, ampliaram o barracão. O nome era Sociedade União Colonial”, destaca.
Mas nem só de queijo viveu Zé Queijeiro. O brasileiro, como ele mesmo gosta de se chamar, também chegou a ser juiz de paz. “Casei muita gente. Gente que hoje já tem neto me encontra e lembra que eu fiz o casamento”, complementa.

A programação festiva já começou no último sábado, com a realização da festa Stammtisch, no Centro de Eventos, e do Forquilhinha Night Run, à noite, no Parque Ecológico São Francisco de Assis.